quinta-feira, 31 de março de 2011





Andei

Andei implorando uma queixa, uma saudade
Não pelos calentos mimos que recibi
Mas pela minha mocidade
E pelos vagos errso que cometi

Andei chorando mágoas vencidas
Não por esstes tempos enfim
Mas por ter acabado assim,
Aprendi a seguir os passos da vida

A biografia de uma escritora é senão
Um sonho,pois ela espera em vão
Não só por amores, não só plenitudes
Mas por gandes valores e virtudes

Só sinto o quão sofrido estão
Nós, pobres poetas que pela vida
Vaga inerte as formas da solidão
Pois somos tudo, nesta passagem finda.


                                                                                    Valesca A.Rennó

quarta-feira, 30 de março de 2011



E é por não ter afeto cru
Que vaga este seio nu
Se não sinto agora, pois
Por vazio sois

Na mísera palavra a dor
Na alma do poeta, a miragem
Nostálgica viagem
Deste poema sem cor

E se me sinto inteira assim
É mentira, pois espero
Algo que preencha em mim.
Não vivo só porque quero

Sonho em vão, pois sóis
Uma alma despida errante
E não há nada neste instante
Embaixo dos meus lençóis.




                                                                                         Valesca A.Rennó

sexta-feira, 25 de março de 2011





Melinda

Quanto tempo sofre a dor est'alma fria?
Em que transpassa e se disfarça em alegria?
Como é bela esta tristeza finda!
En cravados neste seio Melinda.

Qundo te libertarás do sofrimento?
Atordoante como uma brisa perdida e serena
De noite no frescor da noite suprema
Pretendes viver por quanto tempo?

Quando esta vasta solidão
Ir até que tudo se escureça
Esperar que a'lma se esvaeça?

Deixe a alma de Melinda em paz
Carregar em si somente a culpa
Neste momento é tudo o que a lembrança oculta.


                                                                                    Valesca A.Rennó




Alma de poeta

"Como eu queria ter nascido das cinzas de um poeta
E ter me aventurado em uma vida acalentada
Poder escrever o que sinto sem me preocupar com nada..."


                                                                                       Valesca A.Rennó


Que cambiante o crepúsculo, brilhante!
O que vejo na janela do quarto é o murmurio d'almas
E contemplo o obstruso da lua cheia
Sob o céu que abanar minha turva fisionomia
Olvidei o que passou do dia.
As lágrimas secaram de desgosto
As pálpebras gemendo de rancor
Sentindo o sereno, num prazer de sentir dor.
Vendo em cada estrela um alma desafortunada
Que passou por esta terra calamitosa
E foi levando um'alma sombrosa
Estarei a espera dum lascivo mestre~
A saudar-me com uma liberdade formidável
Engenhosa descrição duma volúpia
Donde me fará apreciar o resto da minha história.


                                                                                      Valesca A.Rennó

quarta-feira, 23 de março de 2011



"Amei, pois sou poeta, não com o coração, mas com palavras, pois as palavras me correspondem, se amei um dia com o coração eis o motivo para hoje eu ser só."


                                                                                            Valesca A.Rennó


E não houve despedida ou algo similar.
Se me sinto por metade e se no meio do caminho ainda quero
voltar.
Se o parto que é partir dói.
Se acredito no que penso e se penso que ainda estou contigo.
Se a estrada não tem início ou fim e que nossa distância me
parece menor do que este ponto final.
Se a idéia da invenção das curvas não serve pra nos afastar.
E que afinal somos agora reticências da nossa história que
insiste em continuar.
E em meus poemas, saberão que te amo. Ainda que eu não precise
rimar.
E que te amo é muito simples pelo tanto que eu quero te
amar.



 Nino Nunes


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segunda-feira, 21 de março de 2011





Noite num clarão

Chamas no céu que eu almejo
Clarão a noite, eu te vejo.
Onde carregam as águas distantes
Os sussurros que vem até mim serenamente

Presente da escuridão
Poesia da noite. Calada.
Leve frescura da madrugada
As rosas caídas ao chão

Não tens motivo para tanto martírio
Pois tenho aqui minha paz
Guardadas nos olhos uma expressão de alívio.

Putrefatas lembranças tão castiças, tão singelas
Os pássaros, as poesias levaram
Cheias de frases perdidas, tão belas.


                                                                                  Valesca A.Rennó




Momento:

Leve como o vento, soavam doces palavras
Agonizante longos momentos
Passaram-se ao defluir de beijos
Admirar-te este belos olhos perdidos

E toda companhia natural
Comparo-te a beleza angelical
Estava fleumo e tão distante
E por mais belo que fosse, não passou de instante.

Tudo que se foi carregamos de certo
Partes daquele momento, tão belo que invade
O silencio desses lábibios inquietos
Misturando-se com muito mais vontade.

Se despede em agonizantes longos momentos
Que defluiram-se em beijos
Alimentaram meus nobres desejos
Que foram-se inteiro em desalento.


                                                                                 Valesca A.Rennó





(In)Sonolência

Feche os olhos por agora
No marasmo da noite é onde mora
A mais bela lágrima inódina de prantos
Pobres aqueles insônios

Tentam fechar os olhos por um momento
Tentam sentir em paz aquele sentimento
Céu nu! Não há estrelas hoje, nem frescura
Lua crua, sem inspirarão na noite pura!

Na janela, vaga a solidão
Dormem os infelizes no leito sofrendo
Fecham os olhos chorosos, gemendo...
Não tem motivos, para pensamentos em vão.

Flutuantes nos sonhos findos
Vagas formas de anjos perdidos
Que me dera se fosse verdade
Que a noite fosse feita em vivacidade.


                                                                              Valesca A.Rennó

sexta-feira, 18 de março de 2011






Águas me banham

Águas azuis, límpidas águas
Leve consigo minhas mágoas
A mais bela visão da noite
E a magia com a pureza da fonte

O rememorar, que eu vivi, me traz
Calmaria e paz
Alguns anos atrás eu tenho em mente
Nesta noite, minha calma jaz silente

Águas que levam a brisa noturna
Num momento de solidão
Me guio de olhos fechados no alvorão

Água azuis, límpidas águas geladas
Amo-as como a noite
Amo esta beleza ilimitada.


                                                                       Valesca A.Rennó



Não sei porque maldita dor sem hora
Jaz em meu peito agora
A procura de temas melancólicos
Delibando gestos bucólicos
Donde a tristeza se apossar
Em mera solidez de um sonhar.

Não sei porque maldito sol fulgente
Desaparece no entardecer do dia
Eu procuro a luz ente a dor sombria
Que antes, um sofrimento inerte
E quando a noite chega insaciável
Creio eu num amor admirável.

Não sei porque maldita saudade
Traz em mim momento de liberdade
Pobre alma a minha que vaga
Ente a ferida, ente a chaga
Companheira, mania de morte
Essa maldita dor que me faz fraca e forte.


                                                                                 Valesca A.Rennó

quinta-feira, 17 de março de 2011





O sabor do veneno:

Querido mestre... A tempos tinha o céu em mãos.
Sob os pés a escuridão
O tempo modifica o frio do inverno
Que num relampejo se transformou num inferno.

Diga-me assombroso mestre, terei o céu?
As pétalas de rosas que adornavam meu véu?
Eu quero estrelas e o encanto da lua...
Eu quero ser unicamente sua...

Minha nobre dama, para que um céu fulgurante?
Se tua beleza já es radiante?
Essas suas mãos extremosas que me deixa voluptuoso?
Tu presença já me faz ser venturoso.

O que me restou foram poucas lembranças
Que nelas eu unia nosso desejo eterno
Quero-te a cada instante, pois nestas sombras
Não me importo que seja no céu ou no inferno
Desde que mate essa minha amargura
Tire este véu e me enche de ternura.


Preciosa dama, ante os pobres, este chão fogoso
Nossa veleidade carnal, eu quero e sinto
Vou deixar que tire o que cobre este corpo faminto
Oh! Mãos insalubres de um anjo afetuoso
Que arde e me enche de pecados
Entre beijos saciados...

Mas o que fazes, amada briosa?
Solte-me os punhos!
Quero ama-la preciosa!
O que estou vendo em teus olhos?
Um ódio, uma vingança?
Ou aferro de criança?

E que dessa ambição, exijo saber o que foi feito!
Quero sabor de sangue acrimonioso
Que furtou de suas mulheres em teu leito!
E agora caro mestre... Serás parte desse esforço
E antes que consagre este meu corpo sereno
Prepara-te tua cova!Pois acabou de delibar o meu veneno!


                                                                                    Valesca A.Rennó




Este grande mistério

Amo-te assim discreto e sem pressa
Embora essa dor seja escassa
amo-te no coração e nos olhos
Ambos a mesma direção, os fazem cintilar
Eu hei de almejar.
Mata-me pouco a pouco de prantos.

Amo-te mais que minha amargura finda
Amo-te e não sei se me ama
Não pense em exagero
Meu amor, eu te comparo as coisas mais belas da vida
Com esmero
Como corpo e alma.

E se for certo ficar-mos separados
Amarei mesmo distante
E se ficar-mos unidos
Amarei com mais intensidade a cada instante
Meu coração de bom grado eu lhe daria
Amarei mais do que essa espera tardia...


                                                                                  Valesca A.Rennó

quarta-feira, 16 de março de 2011






O tempo

O tempo passa, e eu carrego meu aterro
Mal posso me lembras da minha infância
Vejo enrugar em minha face a ignorância
De não reconhecer um erro.

No espelho, meus olhos num fulgor profundo
Vejo minha vida se alastrar num segundo
E passou-se quase inteira em sofrimento
É raro me lembrar de um bom momento

Meu tempo é incerto e deleitoso
Eu escrevo um verso silencioso
Não quero expor meus espasmos
Nem a tristeza nesses olhos espantados.

O que foi bom não volta mais
Passei meu tempo olhando para trás
Não apresso meus passos a frente
Quero ver minha vida deslizar-se lentamente...


                                                                                             Valesca A.Rennó





Não quero acordar

Mantenho meus olhos cerrados
Pois quero me entregar a essa quimera
Com intensidade em meus sonhos incertos
A realidade é o que me desespera.

Para que o despertar?
Se nos sonhos, você veio me buscar?
Minha mente ambiciosa deseja
Se na realidade não me queres, que assim seja!

Vou continuar num desmaio
Assim, acariciar teus cabelos alongados
E se acordar, morro num desvairo!
É meu desejo viver ao teu lado, anjo dourado...

Sem você eu temo calada
E que as desgraças irão revogar
Sobre essa mágoa que enfada
Salve-me anjo, do meu dspertar!

                                                                                 Valesca A.Rennó

terça-feira, 15 de março de 2011





Promessa:

E nas noites melancólicas, eu dormi pedindo
Desejei-te em meu leito, em meu íntimo
E na madorra da noite, pensei em ti sorrindo
Tuas mãos me afagando num mimo

Oh! Como quero-te a cada noite
A cada despertar
São meus olhos que estão fartos de guiar
Estes versos que hei de presentear

Não há vida sem calor
Amo-te assim embora só.
Meus olhos se cerram, sinto no peito uma dor

Amo-te assim, sem pressa
Seus olhos jazem nos meus, ainda creio,
Pois meu desejo, é toda minha promessa...


                                                                                    Valesca A.Rennó




Pedaços

Quero os pedaços de volta
Foi e levou uma parte embora
Não quero mais noites remotas
Para que eu possa viver sem hora.

Levas-te as lágrimas contigo
Conquanto finja minha morte
Na sua mente eu me abrigo
Então, devolva minha parte

Talvez um pouco frígida
Talvez a noite para se lembrar
Quero viver minha vida afligida
Quão guardadas no intimo a se conformar.

Creio em tudo o que não existe
Seus olhos sustentam esperança
A cada anoitecer, penso na manhã seguinte
Onde eu teceria algum encanto de lembrança.

Queria meus pedaços agora
Para que o fantasma vá embora
E pare de me olhar nos olhos
Quero esquecer teus lábios sombrosos.


                                                                                          Valesca A.Rennó

domingo, 13 de março de 2011





Rua da solidão

Esta rua é desértica e silenciosa
Não tenho medo de nada
Tenho apenas a solidão que me enfada
Eu quero uma vida ditosa!

Ser feliz sem errar
Mas ainda sim quero viver entre corpos
Sem hora a me preocupar
E escrever sobre marasmos sombrosos

Quem me dera, assim num suspiro
Desejo a vida tão sonhada
A angústia e o ar que eu respiro
Torna-me cada vez mais isolada...

Quero antes, palavras de alívio
Sem risadas
Quero antes um apoio
Ao invés de tristezas disfarçadas.


                                                                                             Valesca A.Rennó




Como me arrependo

Que acúleo no peito, sinto a falta agonizante
O que será que fiz de injusto?
Uma falta de expressão se apossa em meu semblante
Será castigo ou insulto?

A mim que tanto sinto falta?
Como me arrependo...
É um impulso que me exalta
E atrevo-me a viver sofrendo...

Que vontade tenho de destruir tudo o que eu consegui!
E é tão estranho saber o que realmente foi verdade
Que a pouco tempo na tua boca eu me perdi.

Não quero mais carregar esse fardo
Me arrependo no intimo, na'alma cortada.
Hoje eu entrego e sinto calada.


                                                                                                Valesca A.Rennó



Esta geração...

Ouça os sons do vento
Os sons do verde, a placidez
E o céu aclamando sofrimento
Negro, sujo, a morbidez.

Tão bela és tua plenitude
Que alarmante pede salvação
Salve, salve tua virtude!
Salve a futura geração!

O balançar das árvore, o escurecer do dia
Salve a essência das flores, o vivo da mata
Que atrai o olhar dos homens
Que atrai a tua covardia

Veja nas mãos com que agride
O sol dourado e raro, carrega esmorecimento
E nos mostra com clareza
A raiz donde nasce vida, donde a morte reside.


                                                                                               Valesca A.Rennó

sexta-feira, 11 de março de 2011





Versos de lamúria

E das pálpebras trêmulas
Desfez-se num olhar castiço o teu desvairo.
É a carência de uma alma afortunada
Não pranteie minha pequena...
Uma lágrima em teu rosto se resvala
Pelo passado não muito glorioso
Ao mundo deve-te tua vanglória.
Enquanto choras em teu leito acalentado,
Os outros riem de teus prantos,
Mas fingem ser ditosos.
De que adianta a vida ateada de prazeres
Se carrega em si o mais putrefato semblante?
Tenha pena deles, minha pequena...
Não se acolha em teu canto fúnebre,
Um dias terão teu desprezo.
Pobre é aquele que não quer ver
Se conforma, se contenta somente,
Com mãos insalubres que o afagam
Que o enchem de pecados, enquanto as tuas
Guardam a mais belo afeto.
É para um homem de palavra
Que irá contemplar aqueles olhos mortiços.
Deixe-o fingir que é venturoso,
Pois vai carregar pelo resto da vida
O esmorecer do arrependimento,
De ter deixado a ti um velho jazigo.
Onde há de escrever belos versos ao entardecer do dia...


                                                                                               Valesca A.Rennó




Faces

Ao defluir da brisa, trouxeram-me o desfalecimento
Que por onde passam levam meus versos mortos
Na languidez de meus poemas o meu descontentamento
Não creio no que vejo, assim como nos meus olhos fartos.

Aos poucos o interior humanos nos mostra a verdadeira face do sujeito
Quem não interpreta a vida, não é humano
Ignorante e insano
É preciso faces para ter um mérito

A cada descoberta uma decepção
Quem não há de ter representação
De uma visão morta e desalenta?

Que nesta de terra, de sujeira humana, o mundo se alimenta
Que essa minha angústia passe, e nela finda
O brisar trouxe-me o resto da poesia afligida.


                                                                                      Valesca A.Rennó

quinta-feira, 10 de março de 2011





Leito:

Como quero meu precioso leito a cada baque,
A cada noite emudecida.
És bela e cambiante, a negritude nebulosa.
Ao lado, meu cálice companheiro
Libando o sabor dessa vida misteriosa,
Sobre a mesa, meus melhores livros.
Na poesia suspirante, em sauddosas lembranças,
Me perdi!
Nos tempos em que eu era ditosa,
Entre odores e flores deleitosas
Onde havia almas aureas
E que hoje faz viver entre sepulcros,
Induzindo a cada expressão, uma palavra morta.
Como quero meu leito, voltar minha quimera,
Uma lágrima bucólica rolando,
Senti um vazio no peito...
Que falta sinto de saudosas lembranças,
Que não voltarão mais, foram-se em vão.
Só em pensar, compreendo, fui escassa.
A água que desce dos olhos, sente a irrigar o travesseiro.
Mais um hausto de vinho para contemplar a noite
E de lembranças se fez marasmos,e eu cerro meus olhos depois do ultimo gole.


                                                                                               Valesca A.Rennó
Alcova:

Pouco a pouco o tempo vai levando
A vida acerbaque minha'alma oculta,
E resvala a cada suspirar de espera,
A cada pulsar faço minha ária.
Oh! Pobre coração catiço
Não se contente em sofrer melancolia...
Quero a solidão dos meus proximos anos
Reunidos num só dia.
Esta é minha turva cova dos desesperados,
Pura insensatez, nobre e louca.
Pessoas induzem prantos dos outros,
E eu carrego somente o meu, que se desvaira
Com o passar das horas.
O que há de errado em venerar nesta vida, sol e lua?
Que com um suntuoso fugor me consola?
De manhã o sol hei de reverenciar
A noite, a lua, ponho a contemplar
Não me enfado de esperar, oh anjo casto!
Em minha turva alcova dos desesperados
Cachos anelados,chamejantes como o sol,
Teus olhos escuros como a noite fleuma.
A explendida forma do destino.
A espera é longa e a esperança curta
A divindade humana é rara, mas existe
E não lhe faltará poesias e suspiros de amor.
Sou sozinha, assim, interiormente morta,
Quero meu coração, quero minha'lma,
Quero tudo e volta.

                                                                                  
                                                                                       Valesca A.Rennó