domingo, 30 de outubro de 2011




Angústia tragada infinda
Cambaleia a moça ao chão
A gemer, despida
O aspecto inchado em vão

A veste retalhada exprime
O gosto acerbo e arrogante
E o homem pranteia ente a amante
Fez-se que amar é um crime

Fluir entre as pernas a vida
Nos olhos a lágrima inibida
O leite entre impulso saíra
Na seiva tocada por ira




Aquele cômodo, aquele cheiro
Não era teu, aquele breu
Nem a vidraça, nem o meu seio
Não, meu colo não era teu
A escória revela o ambiente
A angústia em pó dolente

Aquele copo d'água, meio cheio
Tudo parece tão vazio
Quero falar de solidão agora
Posso ter fragmentado embora
Tenha decorado tudo a fio
Em que deixei ao meio

Um naco de papel
O arco de um violino
A partitura inacabável
Um livro aberto e fino
Privado de verdade
E uma essência pela metade

sábado, 29 de outubro de 2011




Renúncia

Derramas ainda tardia
O preço do abandono
Faz da minha companhia
Teu custo, teu adorno

E por baques profanos
Há de vir que não se faz da amante
Uma brandura de mulher errante
Ah... Sim! O amor de anos

O amor que foi assassinado
Do corpo dolorido
Do beijo, a boca inchada
De toque e despedida

Ah que d’o amor enlouqueço
Soluço e me vejo em prantos
Da cura, a triaga amarga. Padeço
Da noite a abusar de encantos

segunda-feira, 17 de outubro de 2011




Não existe semitom para explanar esta semidéia de histórias de amor que começam no fim.
Não existe semitom entre meus dedos, entre meus devaneios que se voltam contra mim.
E nada que se oscilem fora do padrão, mais uma vez que ouvisse
E volto a ser a mesma harmonia de antes, a mesma Elise.
Só arranjar esta ária da vida interminável
Não existe sustenido para esperanças de amor infindável.
Pela angústia de que a música cerrou-se antes mesmo da apresentação.
As cortinas se fecharam antes dos aplausos e as páginas da partitura assim como meu amor foram parar no chão.