sexta-feira, 30 de dezembro de 2011




Ah... Se amar fosse perder a razão
Diria apenas o quanto que te quero
E afino as cordas do meu violão

Ah... Se ainda ouvisse o meu canto embora
Se tu soubesses que ainda te espero
E me arrependo em ter largado em vão

Ah... Que já não há castigo tão pior
Que andar sozinha sem o teu esmero
Que ver teus olhos em outra direção

Quero arremeçar meu coração
Juras de amor que ainda não cumpridas
Já não se faz contando com o agora

Te amo pela pátria amarga dessa canção
Que não perdôo por ser traiçoeiro
Portanto quero tudo fora

Nenhuma volta, nem a tua mão
Se nos amamos pela mentira então
Não vá doer que seja simplesmente

Viver em pé na solidão
Já me acostumei a tua partida e não
Me fez chorar, me fez tão displicente

E essas partituras pelo chão
Me diz qual delas é nossa canção
Porque agora tenho que partir

Tudo o que eu quero é lhe dizer adeus
Saiba que meu coração nunca foi teu
E que desculpas não funcionaram.




A moça alimenta aos pássaros como alimenta o coração
Nutre o espírito de vitalidade e caminha rente ao chão
Pegadas de orgulho e de reflexão ao paraíso.
Conversa com bichos, canta na área, toca flauta
E desperta a alma da princesa, nada com peixes e dorme com as estrelas.
Ama sozinha, sonha sozinha e espera sozinha pelo amado.
Sozinha não, com “Deus”.
E ela é doce como a nuvem sorridente como o sol e chorosa como a lua
É  mãe da terra, é pequena grande, meu amor

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011




Fim de 365 dias e 6 horas de esperança, de incompatibilidade, pregresso e desgraça, gargalhada desenfreadas e choros no quarto. Porre de madrugada e palha com café no dia seguinte, novos amores e rosto quebrado. Gente honesta e carapuça caindo, tudo não levado a sério e levado a sério talvez até demais no fim do ano e notas baixas. E mais uma ilusão de que tudo vai mudar no próximo ano. Talvez quem sabe para os otimistas, confesso que uma preguiça horrenda me apossa nesse fim dos dias, mas no momento não posso exigir nada, qualquer coisa que venha levar todas as mágoas que tive só esse ano já está bom demais! Até porque eu não espero que um novo ano venha mudar minha esperança, muito menos minha crença. Aliás, eu não espero nada do mundo, o planeta continua intacto assim como os dias e as noites . O que eu espero são pessoas melhores, mais esperançosas, amigas, lutadoras, rindo atoa, gente honesta, homens e mulheres dignos de não ferir a torto e direito, que nos evitem porres e depressões, merecedores de minha amizade. É isso. No mais, boas festas a todos!



Minha alma se atrela a tua, tão de repente e pura...
Nesses anéis escuros de meus cabelos
Minhas mãos se entregam a teus anseios
Tão singelo e puro nesta fuligem crua

E sobe pelo dorso aqueles lábios úmidos
E paira sobre o pescoço em segundos
Prossegue uma pausa em caricia delicada
E eu sinto como um leve tocar de ser amada

Tuas pálpebras gemendo de descrença
E um calor fecundo, de algo inesperado
Em que jamais fora alcançado
E as lágrimas rolam na inocência

Treme as mãos dentre meu seio reclinado
Treme a boca rente a minha e se lambuza
E geme de um querer tão saciado  
Que penetras e me abusa

Mas quanto mais eu tento, mais o quero
Invadindo o colo, jorrando o leite da vida
Entre o caminho e o leito eu te espero
Povoando esta solidão infinda

E procuro dentre os lençóis aquele rosto lindo
Imerso em teu corpo pensando em devaneio
Queria ser deste aquele o mais querido
Até então não era, pois, somente o teu enleio


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011




E não se poupou em proferir sobre meus planos
E ele prossegue de fato a ser um mistério
Passar pela mesma ária, e vem tocante
E nessa transição tão exato e sério
Pareceu-me até então encantos
Até revelar por baixo do silencio quente

Passou por mim, uma nuança de ironia
Aqueles dias úmidos de chuva
Carregou um ar de precisão em descrever
Trouxe ao caos pequena dádiva
Uma ambição irrefreável de dizer
Que quero e aspiro tua alegria.

E as cartas dizem ser um segredo
Para o que deveria ser o enredo
De algo novo que em tempos eu não via
Fora parte do passado e eu não sabia
Jovem sabido de tocar ardente
Olhares gritantes, sussurros dementes

És minha ária encantadora afã
És pássaro de toda manhã
Nebulosa, fria noite me sentiras
Sonho de tarde a tua costa fria
Em que me tocas sem pretensão tardia
E em teu colo na perdição me atiras.




Na vida tudo labora assim. Quanto mais se sofre mais se fecha, se tranca, este negocio de isolar funciona mesmo meu bem. Tem aproximadamente 180 dias que eu não me entrego a ninguém. Fui taxada de seca, mal amada, anti-social. Foda-se, eu não sofro mais, o que importa é isso não é? Quem se importa com a opinião dos outros hoje em dia?
Uma coisa leva a outra e por causa do seu individualismo em não se poupar dar sofrimento alheio, acabei por me tornar uma egoísta comigo mesma. Muito obrigada por me reprimir naturalmente. Quero que saiba que se hoje eu sou assim, a culpa é sua e mesmo que você não se sinta mal por isso dane-se, eu te odeio.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Desejei desfazer de dramas, desapego-me de destroços! Das damas distantes, das defesas decadentes... De ditados defasados, dicas do destino... Desistir de despedir, de doar! Deparei-me doente. De dentro dói demais... Dor de despedaçar! Dois dedos de dose, de dia, de dor. Dói. Deu. Ass.Nino


Doeu não pela fatigada dor de ser
Mas pela dor de desfazer concreto
Trocar pelo abstrato, juntar retalhos
Fazer gambiarra, tudo se torna mais
Não só pela dor de quem não tenta
Mas pela incompletude do destino
Despeço como desperdício de gente
2 gramas de dose, de noite, de rancor.

Doeu aqui também.
Ass.Val

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011




Muda-se o andamento, corre o ponteiro
Muda-se a forma, muda-se o cujo
Muda-se a marcha, e padece.
Não só a personalidade, mas o ponto de vista

Muda-se a postura.
Como efeito do aprendizado
Muda-se o aprendizado conforme a seqüência
Conforme os fatos.

Alguém sai magoado e leso
Porem mais forte e mais protegido
O peito esfria, a mente se fecha.
O corpo se cansa. Mas nem sempre anda só.

E aqueles que ferem só há um ponto final
A saída. Quem escolhe demais acaba sozinho.

domingo, 18 de dezembro de 2011




Jamais pensei que fosse pedir demais, ter seiva para tocar o chão e viver no céu.
E que amar fosse tão desesperador quanto teus afagos perdidos. Não pedi para viver sempre, nem caminhar a todo instante ao teu lado. O que eu te peço amor, é para que sorria uma vez que padeço em dor e me dê alegria para saber onde estou. E mesmo que isso ultrapasse sua capacidade de amar, por favor, não me deixe sozinha.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011



Quando a escura floresta caiu perante mim
E todas a trilhas ficaram cobertas
Quando os padres do orgulho disseram que não havia outro caminho
Cultivei mágoas de pedra

Eu não acreditava porque não podia ver
Embora tu vieste a mim pela noite
Quando o amanhecer pareceu perdido para sempre
Mostraste-me o teu amor na luz das estrelas

Lance seus olhos ao oceano
Lance sua alma ao mar
Quando a noite escura parecer infinita
Por favor, lembre-se de mim

Então a montanha se elevou diante de mim
Pelo profundo poço dos desejos
Da fonte do perdão
Além do gelo e do fogo

Embora partilhemos deste humilde caminho, sozinhos
Como é frágil o coração
Oh, dê a estes pés de barro - asas para voar
Para tocar a face das estrelas

Sopre vida dentro deste fraco coração
Suspenda este véu mortal de medo
Leve estas esperanças despedaçadas, marcadas com lágrimas
Nos ergueremos sobre estas preocupações mundanas

Lance seus olhos ao oceano
Lance sua alma ao mar
Quando a noite escura parecer infinita
Por favor, lembre-se de mim

Por favor, Lembre-se de mim...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011




Ao olhar no espelho achei o que deveria ser parte de um fruto inteiramente podre, passado, uma personalidade totalmente distorcida do que eu era antes.
As opiniões, os conceitos e os modos, todos trocaram de lugar com a covardia, escudo da sociedade vazia, e por tal zelo em prezar pela soberania além da imagem e do social, pus-me a habituar sob a presença de estranhos. Não estranhos pela versatilidade, pela distinção, mas estranhos pela falta de conteúdo.
E a maquiagem era apenas uma farsante de uma pessoa bem aparentada, o meu gosto se direcionou para o abandono, para o fútil em troca de companhias, a bebida tornou-se minha camarada e eu dentre as mocinhas mais belas de corpo bem estruturado tornei-me a estrela, a atração principal contendo não só o frasco como a maioria das mulheres na rua, mas também o perfume com o cheiro mais agradável. O cheiro do conhecimento.
E ainda que eu possuísse o perfume mais doce, as pessoas não estavam interessadas em me sentir, apenas tocar. Acho que cheguei ao cúmulo de me sentir vazia.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011




Caiu, não só o semblante
Por trás desta púrpura
Caiu tarde o teu farsante
E veio logo a ruptura

Bem como cai, mesmo tardia
Não se recoloca máscara
E após a queda, tristeza a tanto
Jamais revivida no mesmo encanto.

Não há reticência
Para frutos do tempo
É semente da convivência
É parte da sobrevivência

Afeições brutas, aleivosia
Promessa vazia
Amores e auferia
Semi-idéia de harmonia

Amas, que na vida sofre
Tudo, até mesmo sendo nobre
A face que habita nela
Há de ser que um dia se revela




O relógio acusa nossa distância, é nele que corre o tempo e a circunstância como sua fiel amante. É, e se agora essas marcas no rosto não me trouxeram o êxito de rever pessoas e planos passados, desfaleço pouco a prantos.
Olha, eu tenho uma idéia melhor do que ver o tempo passar. É não ver, é dissimular que o tempo não existe, só mesmo a saudade saudosa como decorrência de meu envelhecimento.
O tempo mudou sabe jovem... Já não sabem mais o que são amigos, ou amores e se existem. Diante da ocasião em que me encontro em plena revelia, digo que já não faço mais questão de ser este corpo, esta matéria branda, portanto anda mais conveniente para eu sentar-me nessa cadeira e findar a vida assim, olhando para a corrida dos ponteiros, que embora traga tanta saudade, adianta meu ponto final.
A vida soube ser generosa, fui eu quem não soube agradecer e engrandecer minhas virtudes.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011




"Vai aí um chá? – Pergunto-lhe. - Saboreie não só meu recanto de dor, mas de ousadia. – Prossegui. Mas aqueles olhos, ah... Aqueles olhos lançados ao mar de constante vazio me excitavam de tal força, que pelo impulso pusera-me a abraçá-lo e querer não só oferecer a ousadia, mas a inconstância do meu amor sereno. Mas aqueles olhos pairados no azul, além do infinito me mata de prantos, e ele se recusa o chá. Levanta e entra na casa de pau-a-pique, escora na rede, dorme.
Eu poderia tentar convencê-lo a estabilizar nossa dor, compartilhar sem rancor, mas acontece que não há motivação, aí troquei de lugar, lancei meus olhos ao mar, tanto quanto meu corpo; e o céu diminui na inconstância desse vazio, recaí a minha dor. Eu fui do mar ao céu"