quinta-feira, 23 de agosto de 2012




Vem morar em mim, minha alma pede abrigo no viés do nosso intimo, e no acalento riso se embriagar de fantasia. E nessa insensatez lá vem a solidão pedir arrego, fazer promessas sem cortesia. Cansei da solidão, não da solidão que acompanha somente o meu corpo, mas aquela que é presente em vários corpos e ainda sim caminha só.

segunda-feira, 30 de abril de 2012



A folha paira
O papiro no ar, quando a gente se encontra
Se tocares sem dar
E se necessário, querer não há.

É que eu te amo assim, tão desajeitada
Sem modo de explicar.
Mas não do amor ardente
Amor, de olhos

E te olhar já virou imperativo
Quando de repente quero te amar.
Diria que você está no cereal, na torradinha, na sopinha
Aqui jaz, em meu coração quietinho.

sexta-feira, 2 de março de 2012



Eu quero sentir saudades
Pedir pra sofrer não é pecado
Sofrer devagarzinho é bom
Chorar de mansinho, ficar de molho na bacia
Deitar na cama e se prantear
O que poderia ter sido feito, o que poderia transformar
E se isso, e se aquilo, e se assado
E se ninguém sabe, só sabe de si.
Sabe o que é? É que eu gosto de sentir saudades
Eu gosto de brincar com a angústia
Se não sou alguém para colocar um sorriso
Na saudade, quem sou eu pra chorar?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012



Plantei na terra a semente do descaso
Cega de ambição devora e invade
A fruta fresca que nas mãos descasco
Este resto de amizade

E eu padeço a dor amarga
A gozar de pranto vil
A canção inflada chaga
Dessa amizade que sucumbiu 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Se contar no tempo essas batidas a arrebatar meu seio trovador,
diria que fizemos das nossas línguas triunfantes brigas no meu céu.
Eu me acosto a tua e você empurra a minha, e nesse embate
profano, tu fala minha língua.
E eu me pergunto: Como pode o amor em tempo de guerra ser tão gostoso
e me deixar na míngua?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


Saudade não tem hora marcada
E nem data prevista pra chegar
Bate na porta como quem não quer nada
Aconchega-se e já quer intimidade

Depois de horas em molho nostálgico
Ela vai embora sem se despedir
E aí bate aquele vazio de alma de pensamento
Pra onde foi?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012



De tantas vezes que eu decidi dizer adeus
Essa pareceu ser a mais recíproca despedida
Despedida com café e maço
Na verdade eu me cansei de despedir em pensamentos
E decidi transformar em ação o absoluto
Decidi me despedir da brandura do olhar
Das palavras secas que não traduzem nada
Da antiga cantiga do Led, nos lençóis amarrotados
Vista tão cansada que nem óculos suportam mais
E eu cansei de insônias perdidas em preocupações
Ora, o moço não é bom em considerações
Transformei em despedida todos aqueles poucos dias
Que estivemos juntos
E durante tempos, tratada com indiferença
Sinto falta daquele velho amigo
Das conversas sóbrias
Dos anseios, enleios, embaraços
E sinto falta dos nossos problemas
Das discussões, dos abraços
Mas é vida, e a vida é um caminho que a gente deve seguir só
Pela amanhã, cansar pela tarde e se deitar pela noite
Tenho uma tarefa árdua para esse inicio de ano
Não trocar palavras com quem não sabe recebê-las
Não preocupar-me, com quem nunca se importou.
Essa despedida em pensamentos me dói
Não pela despedida em si, mas por ser obrigada a transformá-la em ação
De não querer suportar mais nada.

domingo, 15 de janeiro de 2012



Carta ao Jornal Folha de São Paulo

CONCEITO DE EDUCAÇÃO.  Por: Valesca Rennó

Há quem diga, que o única função do professor é passar assunto.
Na verdade não. Sustento uma verdade que diz respeito que o professor tem a ensinar
matérias e VALORES. Sendo algo pouco imposto, os valores devem ser passados através de uma experiência única, é nessas horas que age o professor, mostrando um pouco do seu conhecimento de vivencia para o aluno interessado. A criança absorve melhor tudo aquilo que se passa nos primeiros anos de vida, compreendido isso numa escala de 3 á 8 anos, que são os primeiros passos da criança na escola.
Ser professor vai muito além de pedir, de ordenar. Ser professor, é brincar, interagir ao mesmo tempo em que instruir. Os primeiros anos da escola são os que os alunos necessitam de mais zelo e atenção, não só nos ensinamentos básicos como alfabeto, mas na questão dos valores éticos e morais. É sentar, apontar, dizer o que pode e o que não pode, e tentar mostrar exemplos para aqueles olhos tão vislumbrados. Não é impor a condição, é mostrar o PORQUÊ de não poder fazer ou falar algumas coisas, o conceito de bom e ruim. Porque não é sempre que um aluno virá bem instruído da sua casa. De uma coletividade totalmente despreparada, com a televisão sendo seu único ponto de foco. O papel do professor vai mais além. É mostrar a verdade, e há quem diga que professor não tem obrigação de passar valores e outros ensinamentos além daquilo que foi imposto pela direção. Tem.
É de suma importância que o aluno evolua para os próximos anos em plenas condições de se conviver e se adaptar a outros colegas e a outros tipos de comportamentos distintos, tudo isso se inclui na palavra EDUCAÇÃO. Ou seja, Prática de hábitos sociais e boas maneiras.
Reclamam de ser um trabalho mal remunerado, de fato é. Mas precisamos de pessoas que ensinam o aluno a pensar, a refletir sobre os seus atos desde pequeno, principalmente a aqueles que não vêm preparados. Alguns por sofrer maus tratos em casa, pais separados, intrigas familiares e outros problemas semelhantes. É aí que parte a minha posição com relação a isso, professor não é “pau mandado”, o papel do professor é mostrar a verdade, é oferecer mais de um caminho. Que não seja o egoísmo a pensar por si só em prioridade.
Não é dizer ao aluno que carreira deve seguir, é fazer com que ele crie a sua própria argumentação, desenvolva sua opinião para que ELE saiba o que é MELHOR e com o que ele poderá futuramente contribuir para a sociedade.
Portanto, fico indignada quando reclamam demais da profissão e do salário, é muito mais do que isso que falam e que mostram. ENSINAR é uma dádiva, é reviver.
Quem faz por onde será sempre bem recompensado. E quem não faz a profissão valer a pena pela sua dignidade, não sabe mesmo o que é ser um bom profissional.
O Brasil está tomado pelas influencias, pelas imposições, pela mídia que mostra o que quer. Precisamos de profissionais para acabar com isso, de gente competente e bem capacitada, que não vá dar aula pelo salário, mas pela dignidade da profissão, pela necessidade em mudar esse quadro da educação que está em estado de calamidade no país atual.

Valesca Rennó – Estudante da Universidade Federal de Minas Gerais, 2º Período.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012



Eis que surge a tua sutil presença
E me cativa tamanha beleza
Nas flores, em meio a tristeza
Deitada no campo em crença
No afetuoso desabrochar da rosa

Eis que de vulto sedutor
Suplico-te, me adora!
Teu belo semblante a te por
E dormes como um anjo agora
No soneto e na prosa

E ai de mim, moça do silencio
Ansiosa para tua companhia
E viver nos afagos teus e penso
Aguardo-te em harmonia
No ruído da flauta chorosa

sábado, 7 de janeiro de 2012



Entre tintas, o borro disfarçado em lagrimas e soluços entre lençóis, é arte.
A nossa obra sem data prévia nos descreve em gosto, pernas, braços misturam
em travessuras da madrugada eterna, e eu te sirvo o chá da meia noite, nos afagos, nos âmagos em nuança tua, ente borrões e sombras desta obra minha e tua e nos deitamos sob a lua, dormimos com as estrelas e eu te aclamo em pele nua, pela rua. Eu te amo.


Ando descalça pela calçada e descalço a tua carapuça
A mão que afaga é a mesma que apedreja, já dizia dos Anjos.
Amedronto teus medos, faço e desfaço fantasias, brinco com a tua máscara, que já não tão bela, vês? Ninguém assistiu ao formidável


Deixe-me ler estas mãos, que até então eram minhas, que conservaram póstumos dias
Pegadas ao chão. Converse com o oceano, lance os olhos ao mar e eu estarei lá.
Botão de rosa mandou lhes dizer, que ela se abriu pra te ver.
Pulsos cansados de reverso em vão, ele quer pegar uma epístola.
Abra a sobrecarta cautelosa, pois há nela o oceano e o céu para que se lembre.
Há uma grandeza de notas findas para uma nova melodia. Toque a harmonia e me toque, no compasso sem mim.


E não houve despedida, em que vivi
Ou algo similar que me levasse
A crença de uma nova chance
Entre copos diversos eu morri

Nos arranhas céus desse destino
Nos meus sonhos que eu ainda crio
Eu não o vi deste fascínio
Que partes entre agora, afagos e mimos

Se fizer sentido, digo que não quero ir
E na madorra da noite me chame
Pra que eu fique, pra que eu ame
Sem leito, sem dormir

Entre cacos quebrados sem pretensão
E que sem chance, não se colam mais
E nem descolam nesse chão
Me diz se há dor maior do que não voltar mais.