segunda-feira, 14 de novembro de 2011




Naquela vidraça semi-aberta pairava o canto vazio do pássaro, e me fazia refletir durante um curto espaço de tempo que um pássaro podia ser ditoso e só, porque não eu?
Amigos... Já ia me esquecendo de suas funções.
A palavra amigo é algo que denota afeição, estima e dedicação recíproca.
Mas não sei se todos esses sinônimos cabem no meu conceito de amizade.
Visto por um ângulo de cima, amizade se faz na base da troca seja material ou compassivo. E se faz com que nos tornamos em excesso submissos.
Para dizer a verdade, já não sei o que se constitui a expressão amizade, e já não tenho idéia palpável do que seja, faz um bom tempo.
O pássaro não dependia de definitivamente nada para se afinar no tom de meio dia, talvez esta pequena semidéia me faça com que eu me desapegue mais de tudo que já não me satisfaz. Amigos, amantes, cartas, calúnia... E já não é de hoje que me sinto só, não pela idéia de estar só, mas pela incompletude que as pessoas me acarretam. Precária disposição de me completarem. Poupo-me por findo no canto do pássaro. E digo mais, quanto mais conheço as pessoas, mais eu amo meus animais.

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