segunda-feira, 5 de dezembro de 2011




"Vai aí um chá? – Pergunto-lhe. - Saboreie não só meu recanto de dor, mas de ousadia. – Prossegui. Mas aqueles olhos, ah... Aqueles olhos lançados ao mar de constante vazio me excitavam de tal força, que pelo impulso pusera-me a abraçá-lo e querer não só oferecer a ousadia, mas a inconstância do meu amor sereno. Mas aqueles olhos pairados no azul, além do infinito me mata de prantos, e ele se recusa o chá. Levanta e entra na casa de pau-a-pique, escora na rede, dorme.
Eu poderia tentar convencê-lo a estabilizar nossa dor, compartilhar sem rancor, mas acontece que não há motivação, aí troquei de lugar, lancei meus olhos ao mar, tanto quanto meu corpo; e o céu diminui na inconstância desse vazio, recaí a minha dor. Eu fui do mar ao céu"

Nenhum comentário:

Postar um comentário