quinta-feira, 29 de dezembro de 2011




Minha alma se atrela a tua, tão de repente e pura...
Nesses anéis escuros de meus cabelos
Minhas mãos se entregam a teus anseios
Tão singelo e puro nesta fuligem crua

E sobe pelo dorso aqueles lábios úmidos
E paira sobre o pescoço em segundos
Prossegue uma pausa em caricia delicada
E eu sinto como um leve tocar de ser amada

Tuas pálpebras gemendo de descrença
E um calor fecundo, de algo inesperado
Em que jamais fora alcançado
E as lágrimas rolam na inocência

Treme as mãos dentre meu seio reclinado
Treme a boca rente a minha e se lambuza
E geme de um querer tão saciado  
Que penetras e me abusa

Mas quanto mais eu tento, mais o quero
Invadindo o colo, jorrando o leite da vida
Entre o caminho e o leito eu te espero
Povoando esta solidão infinda

E procuro dentre os lençóis aquele rosto lindo
Imerso em teu corpo pensando em devaneio
Queria ser deste aquele o mais querido
Até então não era, pois, somente o teu enleio


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