quinta-feira, 10 de março de 2011

Alcova:

Pouco a pouco o tempo vai levando
A vida acerbaque minha'alma oculta,
E resvala a cada suspirar de espera,
A cada pulsar faço minha ária.
Oh! Pobre coração catiço
Não se contente em sofrer melancolia...
Quero a solidão dos meus proximos anos
Reunidos num só dia.
Esta é minha turva cova dos desesperados,
Pura insensatez, nobre e louca.
Pessoas induzem prantos dos outros,
E eu carrego somente o meu, que se desvaira
Com o passar das horas.
O que há de errado em venerar nesta vida, sol e lua?
Que com um suntuoso fugor me consola?
De manhã o sol hei de reverenciar
A noite, a lua, ponho a contemplar
Não me enfado de esperar, oh anjo casto!
Em minha turva alcova dos desesperados
Cachos anelados,chamejantes como o sol,
Teus olhos escuros como a noite fleuma.
A explendida forma do destino.
A espera é longa e a esperança curta
A divindade humana é rara, mas existe
E não lhe faltará poesias e suspiros de amor.
Sou sozinha, assim, interiormente morta,
Quero meu coração, quero minha'lma,
Quero tudo e volta.

                                                                                  
                                                                                       Valesca A.Rennó

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