quinta-feira, 10 de março de 2011





Leito:

Como quero meu precioso leito a cada baque,
A cada noite emudecida.
És bela e cambiante, a negritude nebulosa.
Ao lado, meu cálice companheiro
Libando o sabor dessa vida misteriosa,
Sobre a mesa, meus melhores livros.
Na poesia suspirante, em sauddosas lembranças,
Me perdi!
Nos tempos em que eu era ditosa,
Entre odores e flores deleitosas
Onde havia almas aureas
E que hoje faz viver entre sepulcros,
Induzindo a cada expressão, uma palavra morta.
Como quero meu leito, voltar minha quimera,
Uma lágrima bucólica rolando,
Senti um vazio no peito...
Que falta sinto de saudosas lembranças,
Que não voltarão mais, foram-se em vão.
Só em pensar, compreendo, fui escassa.
A água que desce dos olhos, sente a irrigar o travesseiro.
Mais um hausto de vinho para contemplar a noite
E de lembranças se fez marasmos,e eu cerro meus olhos depois do ultimo gole.


                                                                                               Valesca A.Rennó

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