quinta-feira, 17 de março de 2011





O sabor do veneno:

Querido mestre... A tempos tinha o céu em mãos.
Sob os pés a escuridão
O tempo modifica o frio do inverno
Que num relampejo se transformou num inferno.

Diga-me assombroso mestre, terei o céu?
As pétalas de rosas que adornavam meu véu?
Eu quero estrelas e o encanto da lua...
Eu quero ser unicamente sua...

Minha nobre dama, para que um céu fulgurante?
Se tua beleza já es radiante?
Essas suas mãos extremosas que me deixa voluptuoso?
Tu presença já me faz ser venturoso.

O que me restou foram poucas lembranças
Que nelas eu unia nosso desejo eterno
Quero-te a cada instante, pois nestas sombras
Não me importo que seja no céu ou no inferno
Desde que mate essa minha amargura
Tire este véu e me enche de ternura.


Preciosa dama, ante os pobres, este chão fogoso
Nossa veleidade carnal, eu quero e sinto
Vou deixar que tire o que cobre este corpo faminto
Oh! Mãos insalubres de um anjo afetuoso
Que arde e me enche de pecados
Entre beijos saciados...

Mas o que fazes, amada briosa?
Solte-me os punhos!
Quero ama-la preciosa!
O que estou vendo em teus olhos?
Um ódio, uma vingança?
Ou aferro de criança?

E que dessa ambição, exijo saber o que foi feito!
Quero sabor de sangue acrimonioso
Que furtou de suas mulheres em teu leito!
E agora caro mestre... Serás parte desse esforço
E antes que consagre este meu corpo sereno
Prepara-te tua cova!Pois acabou de delibar o meu veneno!


                                                                                    Valesca A.Rennó

Nenhum comentário:

Postar um comentário